Saber beber

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estabeleceu a quantidade máxima que deve ser ingerida por um adulto saudável. Esta quantidade é dada pela quantidade que o fígado é capaz de metabolizar e é dada em bebidas padrão.


Cerveja
Vinho
Aperitivo
Aguardente
Capacidade do copo
3 dl
1,65 dl
0,5 dl
0,5 dl
Conteúdo de álcool puro
12 g
12 a 13 g
10 a 12 g
14 a 16 g

          



         A bebida padrão consiste numa forma simplificada de calcular a quantidade der álcool ingerida. Apesar de diferentes bebidas serem servidas em diferentes copos, cada copo tem mais ou menos a mesma quantidade de álcool.
Assim, a OMS determina que não deve ser ingeridos mais que 20 gramas de álcool por semana (2 das bebidas apresentadas por dia, às refeições) em que dois dias o individuo deve estar de abstinência.

            Porém não deve ingerir rigorosamente nada, se:
Ø                      Se estiver grávida ou a amamentar;
Ø                      Se conduzir ou trabalhar com uma máquina;
Ø                      Se tomar medicamentos;
Ø                      Em situação de doença;
Ø                      Em situação de dependência alcoólica;
Ø                      Se tiver menos de 18 anos de idade.

Consequências da dependência severa do álcool

As pessoas que sofrem de uma grande dependência alcoólica podem desenvolver:

v    Desnutrição
v    Alterações sanguíneas
v    Esofagites
v    Gastrites
v    Úlcera péptica
v    Pancreatite crónica
v    Hepatite alcoólica
v    Cirrose hepática
v    Hipertensão arterial
v    Cardiomiopatia alcoólica
v    Acidentes vasculares cerebrais
v    Alterações endócrinas e metabólicas
v    Alterações musculoesqueléticas - como a osteoporose
v    Alterações dermatológicas
v    Maior prevalência de tuberculose e de infecções bacterianas
v    Maior prevalência de cancros a nível de todos os órgãos
v    Síndrome de abstinência
v    Delirium tremens
v    Síndrome de Wernicke
v    Síndrome de Korsakov
v    Demência alcoólica.

A Dependência Alcoólica

A dependência alcoólica é considerada uma doença crónica progressiva caracterizada pelo frequente e contínuo consumo de bebidas com teor alcoólico. Esta doença pode levar a muitos outros problemas.
                Factores de risco da dependência alcoólica
Ø      Histórico familiar
Ø      Ambiente sociocultural
Ø      Situações imprevisíveis na vida
Ø      Distúrbios emocionais
Ø      Dificuldade de adaptação à escola
Ø      Dificuldades de aprendizagem

Sintomas de dependência alcoólica
v     Sentir grande necessidade de ingerir bebidas alcoólicas;
v     Incapacidade de controlar o consumo
v     Síndrome de abstinência
v     Grande tolerância ao álcool ingerido
v     Abandono progressivo de antigos interesses
v     Persistência no uso da substância

Como se desenvolve a dependência alcoólica?
                               Tal como a dependência de outro tipo de substâncias, a alcoólica desenvolve-se através de uma primeira fase de experimentação, uma segunda fase de consumo pontual, uma terceira de consumo regular até que a pessoa fica dependente do álcool.

                Comportamentos e sintomas que caracterizam a dependência alcoólica:
Ø      Beber muito em ocasiões sociais
Ø      Ter momentos de amnésia
Ø      Esconder e disfarçar a bebida para que ninguém se aperceba
Ø      Irritar-se
Ø      Tornar-se violento, física e psicologicamente
Ø      Ter comportamentos obsessivos
Ø      Sentir cansaço, insónias, depressão, disfunção sexual e ansiedade
Ø      Ocorrer fracturas, quedas ou queimaduras.

A ressaca


         Quando ingerimos grandes quantidades de álcool, no dia a seguir o corpo ressente-se. Os principais sintomas do consumo excessivo de bebidas alcoólicas no dia anterior são:

Ø                Terrível dor de cabeça
Ø                Sede insaciável
Ø                Depressão
Ø                Mal-estar geral
Ø                Maior sensibilidade ao barulho e às luzes

O álcool tem um efeito diurético o que faz com que o nosso corpo perca agua e sofra desidratação, daí a sede insaciável.


A ressaca é um sinal do corpo a dizer que te excedeste!




Álcool e desporto

v     Resistência
Para que o corpo tenha energia é necessário que o fígado liberte glicose na circulação sanguínea. O álcool reduz a capacidade da produção de açúcar pelo organismo, consequentemente o corpo tem menos energia e menos resistência.

v     Perda de calor
Ao entrar no corpo, o organismo começa a perder calor, quanto mais prolongado for o treino ou quanto mais fresco estiver o tempo, maior é a probabilidade de entrar em hipotermia.

v     Tempo de reacção
O álcool tem propriedades tranquilizantes, as quais se fazem sentir por muito tempo após a ingestão. O álcool afecta o sistema nervoso central diminuindo a capacidade de processamento da informação no cérebro. Assim a reacção, coordenação, precisão e equilíbrio são afectados – indispensáveis à prática desportiva.

v     Lesões musculares
O álcool tem a capacidade de dissimular a dor retardando assim o início do tratamento. Provoca hemorragias e inchaço os tecidos musculares lesionados. Quando se sofre uma lesão muscular deve-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, pelo menos até iniciar o tratamento adequado.

v     Cãibras
Quando de pratica exercício físico após uma noite de excessos, o álcool ingerido contribui para uma produção de ácido láctico exagerado. Durante a prática desportiva os músculos produzem, através do açúcar, ácido láctico. As cãibras e fadiga muscular são resultado de muita produção de ácido láctico. Assim o consumo de bebidas alcoólicas aumenta significativamente o risco de ocorrência de cãibras.



Se praticas desporto não arrisques, não consumas bebidas alcoólicas!

O álcool e os jovens

           O consumo abusivo de bebidas alcoólicas é o principal factor da mortalidade dos jovens, quer seja de forma directa ou indirecta.

            O padrão de consumo dos jovens passa por ser um consumo de fim-de-semana, em que são ingeridas muitas quantidades de bebidas alcoólicas num curto espaço de tempo, já que normalmente os jovens não bebem às refeições.
           
            A lei proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores de 16 anos, porém um indivíduo só se torna apto física e psicologicamente aos 18 anos.

            As principais consequências do consumo de bebidas alcoólicas nos jovens são:

Ø                 Engordar
Ø                 Envelhecimento da pele
Ø                 Overdose
Ø                 Relações sexuais desprotegidas
Ø                 Baixa no rendimento escolar
Ø                 Risco de agravamento do consumo
Ø                 Risco de consumo de outro tipo de substâncias (tabaco, cannabis, heroína, cocaína, calmantes…)

Efeitos imediatos do consumo de bebidas alcoólicas

Gradualmente:

  • excitação
  • agressividade
  • ansiedade
  • aceleração dos batimentos cardíacos
  • descoordenação motora
  • náuseas
  • discurso lento e arrastado
  • vómitos
  • confusão
  • sono profundo
  • coma e eventualmente morte.





Factores que influenciam a concentração de álcool no sangue

v     Altura e peso
Se dois indivíduos de estaturas diferentes consumirem a mesma quantidade de álcool, a pessoa de estatura mais pequena terá à partida uma concentração se álcool no sangue superior ao individuo de estatura maior.

v     O sexo
As mulheres tendem a ter uma concentração de álcool no sangue superior à dos homens. Isto acontece pelo facto de estas serem normalmente mais baixas e terem menos água e mais gordura corporal que eles (o álcool não se dissolve facilmente na gordura).

v     O nível de água no organismo
Um indivíduo desidratado é mais afectado pelo álcool do que um hidratado.

v     Quantidade de alimentos ingeridos
A existência de alimentos no estômago diminui a velocidade de absorção de álcool pelo organismo. Assim o álcool chega ao cérebro e ao resto do corpo de uma forma mais lenta.

O Álcool no Organismo

           Quando ingerimos bebidas alcoólicas, 10% do álcool que “bebemos” é eliminado pelo nosso corpo através da respiração, do suor e da urina. Os restantes 90% serão transformados pelo fígado.
          Já no corpo, o álcool através da circulação sanguínea atinge o coração, o cérebro, os músculos, bem como outros tecidos. Isto acontece em muito poucos minutos e dá uma sensação agradável ao indivíduo.
O nosso corpo não necessita do álcool, assim é necessário actuar no sentido de o eliminar. Ao ser metabolizado pelo fígado o álcool sofre uma cadeia de reacções químicas, das quais resulta uma substância tóxica que é responsável pela ressaca – o acetaldeído. O acetaldeído transforma-se posteriormente em acetato que é eliminado do organismo através da urina.
A capacidade de metabolização do álcool ingerido depende da idade, sexo e peso. Porém é um processo muito lento e não há forma de o acelerar. Em média o nosso organismo elimina 0,19g/L de álcool no sangue, por hora.

Tipos de bebidas - Absinto

Destilados, os seus ingredientes compõem-se de anis e uma diversidade de ervas em que se destaca a Artemisia absinthium, responsável pela polémica em volta do absinto, por conter substância aluginogénias. A simples mistura com água, das ervas que compõem o absinto, resulta num líquido extremamente amargo. Essa mistura amarga, ao ser destilada, adquire um sabor agradável, marcante. O seu aroma lembra menta e anis. O absinto pode atingir teores alcoólicos até 70% vol..

Tipos de bebidas - Licores

Os licores são bebidas espirituosas, que se obtêm pela mistura de álcool e/ou aguardente com água, açúcar e aromatizantes. Em vez de açúcar pode utilizar-se mel e sumo de uva concentrado. Os aromatizantes podem ser plantas (alecrim, hortelã...), flores (camomila, rosa...), frutos (banana, morango...), casca de árvore (quina, canela...) ou sementes (anis, damasco...).

Os licores podem ser obtidos por:
  • Destilação
  • Infusão/Maceração
  • Adição de extractos ou essências
  • Adição de natas.

Tipos de bebidas - Vodka

A vodka tem origem em cereais que são fermentados e depois destilados. Este processo permite obter uma bebida com elevado teor alcoólico, varia entre os 37,5 % vol. e os 50% vol. Mais especificamente, a Vodka é feita de batata ou cereais fermentados e é a bebida mais pura de todas as bebidas alcoólicas porque é passada por um filtro de carvão vegetal  para remover todas as substâncias, excepto o álcool.

Tipos de bebidas - Whisky

Esta é uma bebida obtida a partir da fermentação simples do cereal à qual se seguem duas destilações. Existem três tipos de whisky: whisky puro de malte, de cereais e os chamados blended. O teor alcoólico desta bebida é aproximadamente 40% vol.

Tipos de bebidas - Vinho do Porto

Os ingredientes desta bebida são uvas brancas ou tintas e aguardente vínica. O vinho do porto é conhecido como uma bebida doce e é também um vinho licoroso o que significa que a sua fermentação é interrompida pela adição de aguardente vínica. O teor alcoólico desta bebida ronda os 19% vol.

Tipos de bebidas - Vinho de mesa

O vinho de mesa advém da fermentação simples do sumo de uva. Existem vários tipos de vinho de mesa: vinho verde e vinho maduro, ambos podem ser branco ou tinto e apresentam diferentes taxas de teor alcoólico. Os chamados vinhos verdes apresentam um teor alcoólico de cerca de 8% vol. enquanto que os maduros podem chegar aos 13,5% vol.

Tipos de bebidas - Cerveja

Talvez a bebida mais consumida por jovens estudantes e trabalhadores, seja a meio da tarde, ao ínicio da noite, nas festas académicas, numa pequena saída à noite, a ver o futebol...
Esta é uma bebida que resulta da fermentação alcoólica de mosto de cereal maltado, geralmente, malte de cevada. O seu teor alcoólico varia dos 3% vol. aos 8% vol.

Queima das Fitas de Coimbra: mais de 100 comas alcoólicas numa semana





Muitos dos estudantes que participaram nas festividades académicas foram parar ao hospital devido ao álcool e às consequências dos seus efeitos: acidentes, cortes, quedas e agressões.
A Queima das Fitas de Coimbra, que começou na passada sexta-feira e termina amanhã, já levou aos hospitais mais de cem estudantes com problemas relacionados com o consumo de álcool.
Segundo o jornal Correio da Manhã, até ao dia de ontem foram recebidos 147 casos de comas alcoólicas nos Hospitais da Universidade de Coimbra, tendo os dias da Serenata e do Cortejo sido os que levaram a mais exageros.

A afluência aos Hospitais foi tão grande no dia do Cortejo, que alguns dos estudantes tiveram de ser reencaminhados para o Centro Hospitalar de Coimbra. O álcool em excesso levou também a alguns casos de cortes, quedas, despistes e agressões.
Apesar de os números serem alarmantes, os Hospitais da Universidade de Coimbra já comunicaram que estes números são semelhantes a anos anteriores.


<><><>Fonte: Blitz, Sexta, 8 de Maio de 2009